- Há maneira de harmonizar a Bíblia e a ciência?
- A Bíblia é um livro que explica a ciência, ou a ciência pode explicar a Bíblia?
- Como devemos nos posicionar diante desta questão para influenciarmos a sociedade?
A ciência afirma que antes da expansão do universo devia existir a “singularidade”: um ponto com 1 bilionésimo de tamanho de um próton que seria o tudo e o nada na ausência das leis da física. Há 13,7 bilhões de anos houve uma explosão dando origem a TODOS os elementos, vivos ou não, do universo.
Como lidar com a informação “científica”?
Cada um de nós recebeu as informações sobre a criação do universo de uma ou outra maneira. O Evolucionismo é ensinado nas escolas e pela mídia como a versão cientifica que não aceita o Criacionismo como forma de explicar os fatos.
Estas informações geram um pré-conceito e um conjunto de idéias através dos quais abordamos o assunto em nossas conversas.
Consideremos ainda o fato de que a influência humanista na teologia, como sua atitude excessivamente extensa de crítica, rebaixou a Bíblia a um simples e grande livro de religião, em vez de ser considerada a Palavra de Deus.
Se a Bíblia não tem o devido valor atribuído, o Evolucionismo, por sua vez, colocou o homem numa caixa eticamente relativa, aceitando o que a consciência aponta como certo e errado, sem o padrão moral bíblico. E é mediante este parâmetro que os valores morais conflitantes são observados e avaliados.
Por causa disto, muitas pessoas crêem que através da ciência é possível provar o Evolucionismo. No entanto, à medida que as descobertas e os dados científicos avançam, é o contrário que fica provado. Ou seja, a ciência afasta-se cada vez mais do Evolucionismo.
Queremos tratar de alguns aspectos conceituais que são usados pela ciência para justificar o Evolucionismo e de conceitos bíblicos que fundamentam nossa vida cristã neste assunto.
Conceitos
a. O que é ciência?
Por definição, ciência é um conhecimento atento e aprofundado de alguma coisa, que tanto pode ser conhecimento a título de informação, ou conhecimento amplo adquirido via reflexão ou experiência.
Para que algo seja provado cientificamente é necessário empenhar o chamado esforço cientifico para desenvolver observações mensuráveis repetidas vezes, usando um conjunto de circunstâncias, até obter o mesmo resultado repetidas vezes. Estas experiências devem basear-se em leis estabelecidas previamente.
O cientista, sendo humano, está sempre sujeito a erros, apesar de repetidas experiências, porque sempre envolverá “suas ambições pessoais, seus preconceitos e suas metodologias de trabalho.”[1]
Assim sendo, para um conceito se tornar cientificamente comprovado, no sentido absoluto, precisa de repetidas experiências, isso sem levar em consideração o lado pessoal e humano dos cientistas.
b. O que é Teoria?
É um conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou ciência. É um conhecimento especulativo, metódico e organizado, de caráter hipotético.
Portanto, a teoria está baseada em hipóteses ou conjecturas. Hipóteses ou conjecturas, por sua vez, são teorias não comprovadas cientificamente.
Uma teoria é validada ou não, dependendo do uso que faz de certas leis da física.
Como exemplo vamos ver duas teorias de como um bolo de chocolate apareceu sobre a mesa do corpo de bombeiros de uma cidade.
Teoria 1
Uma dona de casa, mãe de um bombeiro, tinha conhecimento de como fazer bolos de chocolate e decidiu fazer um bolo para o seu filho. Tendo obtido todos os ingredientes necessários, preparou a massa, colocando cada ingrediente na quantidade certa e na ordem certa num recipiente. Após observar o tempo devido, a massa foi levada ao forno, em uma forma, para ser assada, até que o bolo ficasse pronto. O padrão de qualidade do bolo ficou a critério da dona de casa que sabia como fazê-lo. Após o tempo apropriado, o bolo foi retirado do forno e da forma, levado pela mãe até o corpo de bombeiros e colocado sobre a mesa.
Teoria 2
Um caminhão de supermercado, levando mercadoria para entrega, capotou numa curva. A medida que o caminhão capotava, pacotes de farinha, de fermento, de açúcar, de sal, de chocolate, de ovos, latas de óleo, etc. que estavam em sua carroceria, romperam. Encontrava-se dentro do caminhão um cantil, que se partiu ao meio, devido ao capotamento. Um pouco dos ingredientes arremessados aleatoriamente se depositou em quantidade certa e na ordem certa em uma das metades do cantil. Devido ao movimento do capotamento, os elementos foram se misturando ali. Ao parar de capotar, o caminhão pegou fogo. Aquecidos pelo calor, os ingredientes dentro da metade do cantil começaram a se transformar pelos processos físico-químicos, num bolo de chocolate. Os bombeiros, que haviam sido chamados, conseguiram apagar o incêndio do caminhão de supermercado num tempo razoável. Nos escombros, eles encontraram o bolo de chocolate formado na metade do cantil, e o levaram e o colocaram sobre uma mesa, para celebrar a grande proeza do dia.
Nestes dois exemplos nós, como eventuais pesquisadores, não estivemos presentes para ver o que aconteceu. Seja qual for a teoria usada para explicar o evento, não presenciamos o que aconteceu. Só temos o bolo para analisar.
Da mesma forma, o cientista só tem a natureza ao seu redor para analisar. E, baseado nas suas observações, tira conclusões e deduções quanto ao passado.
Das duas teorias apresentadas, qual seria a mais lógica? Ou a mais científica?
A Teoria 1 não carece de explicações.
A Teoria 2 pode ser explicada a partir da probabilidade. Vemos que a probabilidade de ocorrer é pequena.
Será que, ao analisarmos o bolo, encontraremos provas científicas de como ele foi feito?
Por exemplo: se o bolo foi assado devido ao calor produzido pelas chamas do caminhão incendiado, certos elementos químicos das partes do caminhão deveriam ser também encontrados no bolo.
O que é Probabilidade?
É um indício que deixa presumir a verdade ou a possibilidade de um fato. É a possibilidade de que certo caso aconteça. Matematicamente falando, é a medida da relação entre o número de casos favoráveis e o número total dos casos possíveis.
As duas teorias expostas acima exigiriam a análise das probabilidades envolvidas.
Podemos considerar a questão da probabilidade apenas no aspecto da combinação dos elementos que constituem o bolo de chocolate.
Como comparação, tempos quatro letras diferentes, digamos A, T, G e O. Quantas seriam as combinações possíveis, sem que houvesse repetição de uma ou mais delas, ao combinarmos as letras?…
Neste exemplo, teríamos 24 combinações:
TGAO GTAO AOTG OTGA
TGOA GTOA AOGT OTAG
TAOG GOTA AGOT OATG
TAGO GOAT AGTO OAGT
TOAG GATO ATGO OGTA
TOGA GAOT ATOG OGAT
Só há três palavras possíveis em português: GOTA, GATO e TOGA.
No caso do bolo de chocolate, considerando 12 ingredientes seriam 479.001.600 combinações possíveis!
Se considerarmos uma palavra com 12 letras: CONQUISTÁVEL. Teremos as mesmas 479.001.600 combinações possíveis. Qualquer letra fora do lugar não permitiria que a palavra se formasse.
É muito importante que exista uma alta probabilidade para um evento acontecer, conforme o proposto por uma teoria. A própria ciência tem limites traçados para dizer o quanto é impossível que algo aconteça.
O que é uma Hipótese?
Hipótese é uma teoria não comprovada que se aceita experimentalmente para explicar certos fatos. A hipótese deve avaliar possibilidades sobre observações que ainda não foram feitas. Estas possibilidades devem ser testadas e têm que ter o potencial de ser provadas como falsa.
Os dois modelos para ensinar as Origens do Universo
a. Teoria da Evolução - Naturalismo
Admite a origem não espontânea, através de processos naturais e não direcionados – ou seja, sem propósito.
Defende o aparecimento gradual de todas as espécies, a partir da evolução das próprias espécies.
No entanto, a própria ciência encontra dificuldades em provar esta teoria, por não encontrar nenhum fóssil chamado transicional. Ou seja, a prova de que uma espécie gradualmente criou outra.
Um leitor das teorias do paleontologista Dr. Patterson, perguntou porque nenhuma gravura ou foto de um fóssil transicional foi colocada no seu livro.
O autor respondeu:
Eu concordo completamente com os seus comentários sobre a falta de ilustração precisa das transições evolucionarias em meu livro. Se eu soubesse de algum, fóssil ou vivente, com certeza os teria incluído. … Eu escrevi o texto do meu livro há quatro anos. Se eu o escrevesse agora, penso que o livro seria muito diferente. … Você fala que eu deveria pelo menos “mostrar uma foto do fóssil do qual cada organismo foi originado”. Eu vou dizer algo: não existe nem mesmo um único fóssil que pudesse proporcionar um argumento inequívoco ou claro.[2]
O evolucionista é materialista e crê na duração eterna do universo, porque acreditar de outra maneira seria admitir que tudo teve um começo abrupto e que alguém ou alguma coisa começou tudo.
A aceitação do evolucionismo permite à pessoa negar a existência de um Criador.
O evolucionismo crê que todas as coisas começaram em caos e ao acaso.
Somente longos períodos de tempo poderiam explicar a complexidade do universo à nossa volta.
b. Evolucionismo Teísta[3]
No meio evangélico alguns tem defendido o Evolucionismo Teísta. Este conceito diz que o relato da criação de Gênesis é uma alegoria, como representação poética das verdades espirituais da dependência humana de Deus.
As escrituras são aceitas conjuntamente com os processos de evolução orgânica. Estes foram usados por Deus para criar os seres humanos.
Acreditam que a Bíblia nos diz apenas que Deus criou o mundo, mas não como! A ciência apresentou a explicação para tudo, nos termos do Evolucionismo.
c. Criacionismo Científico
Os Criacionistas crêem que a massa e a energia não são eternas.
Crêem que Deus criou todas as coisas e não precisa ou precisou de tempo para fazer nada e tudo foi criado a partir do nada.
Nada é por acaso, tudo tem um propósito definido e todas as formas de vida foram criadas completas.
Aceitam que, necessariamente, todas as coisas para serem criadas passaram por um designer eterno: o próprio Deus! É a Doutrina de Criação.
Doutrina é um conjunto coerente de idéias fundamentais a serem ensinadas. Não é teoria, probabilidade ou hipótese. É um ensinamento baseado na verdade da Palavra de Deus.
O ensino da Palavra de Deus sobre o assunto responde-nos questões que a ciência não sabe ou não consegue comprovar. Enquanto a ciência tem apenas teorias, hipóteses e probabilidades nós, como cristãos, temos a verdade perfeita na Palavra de Deus!
Como cristãos, é de acordo com esta doutrina que precisamos influenciar a sociedade.
Para Reflexão:
Todos os livros científicos passam por constantes atualizações. Se a Bíblia, que pelos cientistas e outros grupos de pessoas, é considerada obsoleta e irrelevante, nunca precisou ser atualizada quanto ao seu conteúdo original, o que podemos dizer dos livros científicos e da ciência?
Qual a idade da Terra? A Terra possui a idade que os cientistas afirmam ter (13,7 bilhões de anos) ou 6.000 anos, como a Bíblia afirma ter?
Os dinossauros existiram? Como eles morreram? A Bíblia fala deles? Quando viveram na Terra? Existem dinossauros hoje?
Como explicar os textos bíblicos que falam de animais estranhos? Exemplos:
a. Beemote – Jó 40:15 – que em algumas versões é traduzido por hipopótamo, rinocerontes ou elefantes, e a maioria dos dicionários bíblicos ou comentários não sabe exatamente que animal era este. Mas concordam que já está extinto.
b. Leviatã – Is 27:1; Sl 74:4; 104:26; e.o – traduzido por dragão, monstro marinho ou ainda crocodilo, é igualmente descrito como um animal da antiguidade e que provavelmente está extinto.
c. Unicórnio – Nm 23:22; Dt 33:17; Sl 92:10; e.o. – traduzido em nossas versões como boi selvagem, considerado como um búfalo ou bisão muito grande, mas já extinto.
A evolução do homem se deu em etapas conforme a ciência afirma, ou o homem foi criado por Deus e tem 6000 anos?
Conclusão
“Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê.” – Hb 11:3
“No principio criou Deus os céus e a terra … Assim Deus criou todas as grades criaturas do mar, e todos os seres viventes que se arrastam, os quais povoavam as águas, conforme as suas espécies, e todas as aves que voam, conforme a sua espécie… E disse Deus: produza a terra seres viventes conforme a sua espécie; animais domésticos, répteis, e animais selvagens conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.” – Gn 1:1, 21, 24-25
