quarta-feira, 20 de maio de 2009

Arrependimento de Obras Mortas
“..não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas..” – Hb 6:1

Arrependimento e pecado - Definição dos termos

O primeiro Princípio Elementar da Doutrina de Cristo citado em Hb 6:1
é o Arrependimento de Obras Mortas, ou seja, o básico do básico está firmado neste princípio. Para compreender este princípio é importante, porém, conhecer os termos envolvidos no mesmo.

Arrependimento = “METANOIA” = Mudar de idéia ou de direção.
Não é uma emoção, mas uma decisão;

Derramar lágrimas não significa arrependimento;
Não é remorso:
“METAMELEIN” = remorso, angústia, emoção - Mt 27:3-4; Hb 12:16-17;
Remorso pelas conseqüências que podem advir e não pelo erro propriamente dito - 1Sm 15 - Saul somente quando confrontado com as conseqüências cogitou ter sido ele aquele que errou;
Lc 15:11-32 - Exemplo do Filho Pródigo (vs. 18, 20): reconheceu a situação de sua vida e tomou uma nova posição e agiu.

Pecado = “HAMARTIA”
Errar o alvo. Pecado não está limitado a cometer coisas consideradas hediondas ou imorais, o fato de não cumprir o propósito que Deus tem para a minha vida é um pecado - Ef 5:15-17

Obras Mortas = “ERGON + NEKROS”
“ERGON” = obras, trabalho, feito;
“NEKROS” = corpo morto, destituído de vida, sem animação.

Assim podemos dizer que arrependimento de obras mortas é:
Arrepender-se (mudar de atitude/não fazer mais) de qualquer obra que não seja para o novo Reino;
Arrepender-se de qualquer obra que queira servir ao novo Reino, mas não é feita nos princípios deste.
Nova Criatura x Obras Mortas?
Quando a palavra apresenta o princípio que está sendo estudado nesta lição, ela não tem como objetivo a pessoa que não é cristã. A palavra diz que as suas coisas estão reservadas para o fogo do juízo e nada ficará.

Quando a palavra apresenta este princípio ele é dirigido aos cristãos, o que significa que mesmo como novas criaturas ainda podemos produzir obras sem nenhum valor que, além de não contribuírem para o reino de Deus, atrapalham - Lc 11:23 “Quem não é por mim, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha”.

Revendo a nova criatura:
Como criatura humana, descendência de Adão, todo homem carrega uma natureza pecaminosa, condenada à morte e destruição - Rm 7:24
Só Jesus é que pode nos libertar desta natureza - Rm 7:25
Ao ser concebida a nova criatura (ao receber a Jesus como Senhor), acontece um ato duplo simultâneo:
A velha natureza é arrancada de nós e pendurada na cruz de Cristo - 2Co 5:14; Rm 6:6
O sopro de Deus, o Espírito Santo, volta a habitar no homem, em nós, nos capacitando à nova vida que temos através de Cristo - 2Pe 1:2; Rm 6:8
O novo homem é chamado a viver em santidade:
“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça aumente? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” – Rm 6:1, 2

O novo homem não vê o pecado (errar o alvo) como algo comum à sua vida, mas como uma exceção que eventualmente pode vir a ocorrer:
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, porém, alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” – 1Jo 2:1

O novo homem reconhece que se eventualmente acontecer de ele pecar, o pecado foi por sua atitude e não porque Deus o levou a pecar:
“Não veio sobre vós tentação, senão humana. E fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” – 1Co 10:13
Arrependimento de obras mortas como princípio de vida

Depois de passar pela cruz, ter deixado o velho homem, a nova criatura tendo a palavra e o poder de Deus, não precisa mais pecar, mas quando isto ocorrer, precisa estar vivendo no princípio de arrependimento e mudar logo sua atitude não ficando neste pecado.

Conforme já citado acima, é o novo homem que é confrontado com a tentação, portanto, ter o princípio de “arrependimento de obras mortas” para alcançarmos a maturidade, é algo imprescindível, pois não podemos edificar o novo homem com pecados em sua base.

Concordância: Aspecto básico para o arrependimento e a mudança de atitude:
Para haver arrependimento precisa haver a concordância.
“Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1Jo 1:9)
Confessar = “HOMOLOGEO” = “concordar com” = concordar com Deus sobre um assunto.
“...Obedecer é melhor que sacrificar... a rebelião (não concordar com Deus) é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação (teimosia) é como a iniqüidade de idolatria...” – 1Sm 15:22- 23
O “arrependimento de obras mortas”, como princípio incorporado à vida, engloba:
- A vontade de servir ao Senhor em todos os propósitos que este tem para nossas vidas;
- Um profundo desejo de não pecar - Gn 39:9 - José vivia com o alvo de não pecar contra seu Deus;
- A concordância com Deus quando comete um pecado, expressando isto a Deus e permitindo Deus purificá-lo para continuar sua jornada na obra de Deus;
- Não supervalorizar um pecado cometido, como se retardar a confissão pudesse aumentar o tamanho do arrependimento; pelo contrário, é uma prolongação de um erro impedindo a purificação do Senhor.
A palavra, em Hb 5:12-14; Ef 4:14 e outros nos apresentam que somente com a maturidade em Cristo é que poderemos viver uma vida de vitórias em relação ao pecado, em relação a não errar o alvo. Portanto, o fato de vivermos o princípio de “arrependimento de obras mortas” não nos coloca imediatamente em posição desta maturidade, mas sem ele não há como atingir a maturidade.
À medida que não se permite mais que a vida esteja a serviço de obras mortas, tão mais rápido, os outros princípios serão estabelecidos levando-nos à perfeição em Cristo Jesus.

Obras Mortas que nos rodeiam

“Portanto, visto que nós também estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” – Hb 12:1

“...e tudo o que não provém da fé é pecado” – Rm 14:23

Exemplos de Obras Mortas:
-Todo embaraço

-Ficar parado na carreira que nos foi proposta

Fé teórica - fé sem obras é “obra morta” - Tg 2 - (este exemplo não trata de ação social, mas assim como é claro ajudar um irmão necessitado, assim é claro que a fé deve ser seguida das obras pertinentes àquilo que corresponde ao ato de fé específico):
Ex:
- NOÉ cria na arca, portanto a construiu até o fim - a obra teve início, meio e fim;
- Moisés cria na libertação do povo, portanto foi até o Faraó como Deus lhe dissera e conduziu o povo para fora;
- Abraão creu na promessa, portanto coabitou com sua esposa, mesmo considerando seu corpo já amortecido;

Encher-se de conhecimento - 1Co 8:1
Viver em tradições humanas - 1Pe 1:18
Realizar a vontade dos gentios - 1Pe 4:3, 4
Discursos religiosos - 1Tm 2:6; Tt 3:9-11

Doutrinas amenizadas e agradáveis às vidas não comprometidas, acrescidas de facilidades e benefícios não encontrados na verdadeira doutrina - 2Tm 4:3, 4; 2Jo 6-11 (exemplos - Deus é que nos serve e não nós a Ele, prosperidade sem santidade, amor um grande sentimento e não um compromisso de vida, etc);

Vida sem renúncia - Lc 14:33-35;

Fazer tudo certo, mas não viver na dependência de Deus de fato. Mt 19:16-30 - O jovem rico;

Fazer obras boas para conquistar a salvação - Mt 25:31-46 - dar de comer e beber não é fazer assistência social, é muito mais do que isto, é dar às pessoas os verdadeiros pão e água que é o encontro com o Senhor Jesus. Se der só o natural e não levar o espiritual será obra perdida - Ef 2:8, 9; Jo 19:30 - “está consumado” - para a salvação a obra já está feita.

Estudar a Bíblia sem querer se relacionar com Deus - Jo 5:39-41 - muitos analisam, estudam, decoram, até cientistas, mas não vão a Deus.

A obra de fé que permanece:
“Respondeu Jesus: A obra de Deus é esta: crede naquele que ele enviou.” – Jo 6:29

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” – Fp 4:13

Se por nossa capacidade ou pelas capacidades do mundo que nos rodeiam tão de perto, não podemos agradar a Deus; pela fé em Jesus Cristo somos chamados e capacitados para toda a boa obra.

Após uma vida de renúncia da minha vida, sou chamado para uma vida gloriosa e vitoriosa em Jesus Cristo, pelo princípio da “FÉ EM DEUS”.